ENSINO UNIVERSAL
Nos últimos anos, o Brasil
cresceu muito em termos de conscientização sobre a importância da
acessibilidade na vida das pessoas. O tema ganhou destaque na mídia e hoje não
tem um dia que não seja pauta de matéria nos jornais. No entanto, para
disseminar ainda mais a ideia, é preciso que ela seja discutida desde cedo
pelos jovens. E, nesse contexto, as Universidades assumem um papel fundamental.
Você já parou para
pensar sobre o porquê de cegos, cadeirantes, surdos estarem em uma posição tão
ruim no mercado de trabalho? Aliás, já parou para pensar em quantas pessoas
com deficiência no Brasil trabalham e têm carteira assinada? Apenas 323
mil de um total de 27 milhões! Estas pessoas não tiveram sequer acesso à
educação base. E quando nos referimos a uma formação superior os números
assustam. Menos de 1% das pessoas com deficiência cursam uma faculdade.
Num primeiro
contato com o tema pode-se pensar que seja simples tornar uma Universidade
acessível: bastaria a instalação de rampas nas entradas da própria universidade
e das salas de aula. Mas na verdade, não é bem assim. Universalizar o ensino é
dar acesso às pessoas aos espaços, mas atendendo suas diferentes necessidades.
É oferecer ferramentas acessíveis para cegos, surdos, cadeirantes, obesos,
idosos...
É muito importante
entender que quando falamos em acessibilidade, estamos nos referindo ao direito
de ir e vir de todo o cidadão. E para todos os lugares, inclusive, às
universidades, locais que pelo próprio título que carregam deveriam ser
universais, ou seja, acessíveis para todos. E não só no sentido de acesso
físico, mas também no que se refere a atitude. O corpo docente deve estar
preparado para lidar com alunos que possuem algum tipo de deficiência. Além
disso, cursos como o de Arquitetura e Design deveriam ter em suas grades as
disciplina do Desenho Universal. Este preparo por parte da instituição vai
refletir na maneira como os alunos também vão lidar com seus colegas com
deficiência. A informação em um lugar como a universidade é muito importante
para gerar o respeito e provocar o olhar para a outro. Lembre-se que a
acessibilidade começa com a nossa atitude.
Vivemos em uma
diversidade de pessoas, mas em plena padronização de serviços e espaços.
Quantas pessoas com deficiência você conhece na sua universidade? Já foi
atendido por um advogado cego? Ou teve aulas com um professor cadeirante, por
exemplo? Universalize o ensino para universalizar as oportunidades e contemplar
de fato a diversidade em sua plenitude. Está aí uma boa lição.
Letícia Sader – 31 anos, é
tetraplégica, bacharel em direito e funcionária pública estadual. Seu e-mail: leticiasader@yahoo.com
PREMIAÇÃO DO PAULISTÃO 2014:
PARABÉNS CLUBE ATLÉTICO PENAPOLENSE (CAP) CAMPEÃO DO INTERIOR!
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Gerente de futebol do Penapolense Paulo de Carvalho e o técnico Narciso com o Troféu de campeão do Interior. |
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