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| Muricy e o torcedor fanático do São Paulo Eliel (Penapolense) |
Caiu o Muricy. Em uma temporada fraca, com resultados inexpressivos em jogos importantes e uma apatia de dar nojo, o São Paulo decidiu mudar o técnico.
Eu trocaria o Muricy, mas não agora. Esperava uma eliminação de Libertadores para poder começar do zero -- isso porque não acredito que algum técnico que chegue agora consiga arrumar esse time a ponto de brigar pelo título. Mas, juntando todos os fatores, está mais do que claro que a troca agora foi sadia.
Os últimos meses foram repletos de teimosia e burradas, e nós xingamos muito. E xingamos porque mereceu. Mesmo assim, a saída do Muricy não é só por conta dos fracos resultados. Dentro do São Paulo, a justificativa é que o fator saúde prevaleceu para a decisão "em comum acordo". Fora do clube, é bem visível que a apatia do time em jogos decisivos e até no dia a dia, porque não, também fez a diferença.
Ficou claro que Muricy não conseguiria mais tirar o melhor desse elenco são paulino. Os preguiçosos que lá estão, que não correm e não se esforçam pra nada, estão acomodados. Precisamos de uma mudança de comando, de mentalidade, de atitude. Alguém que chegue para acordar os caras. Então, precisávamos trocar.
Quem vem eu não sei. Queriam um estrangeiro, mas já falaram que não vai rolar. Daqui até o anúncio, vão pintar as mesmas especulações de sempre (socorro): Dorival, Abel, Cuca, Mano, Falcão. Oremos. Nos resta é agradecer (sim, agradecer) ao Muricy e torcer para que o substituto chegue para arrumar a casa.
Os resultados
Tricampeão brasileiro com o São Paulo, Muricy tem crédito de sobra. Nessa última passagem, a terceira, foram 109 jogos, 58 vitórias, 22 empates e 29 derrotas. Tem um mérito inegável de evitar um rebaixamento em 2013 e, com um ótimo time em mãos, também precisa de créditos pelo vice-campeonato brasileiro no ano passado e pela volta à Libertadores.
Mas, claro, se for para falar de resultados, podem colocar na mesa as vergonhosas eliminações para Ponte Preta, Penapolense, Bragantino e Atlético Nacional. Mas, mesmo assim, terminamos 2014 em alta. Começariamos um ano com um bom time e expectativas lá no alto. Bem, só contra os pequenos: nos jogos importantes, perdemos para Corinthians (duas vezes), Palmeiras e San Lorenzo. Todas sem jogar nada.
Empatamos contra o Santos graças ao Rogério Ceni e, ganhamos de Danubio e a ida do próprio San Lorenzo. Contra o Danubio, bem, se perdesse era para ser eliminado por justa causa da Libertadores. Contra os argentinos, a vitória veio num cruzamento nos acréscimos, depois de 90 minutos perdendo gols e pouca objetividade. A diretoria diz que não, mas os fracos resultados foram, com certeza, fator também determinante para a saída de Muricy.
A apatia
Muricy perdeu a mão. Isso é fato. Um exemplo claro para mim é Souza. Nas mãos do treinador, viveu a melhor fase da carreira, no ano passado. Foi um dos melhores do Brasileiro, chegou até a Seleção. Esse ano, já mostrou vez ou outra estar insatisfeito e até cobrou mais intensidade nos treinos.
Ganso é outro. Muricy é, provavelmente, o cara que mais acredita nele. Mais que os próprios parentes, acho. Acredito que não por acaso, o camisa 10 foi nosso grande nome na arrancada final de 2013 e, em bola jogada, um dos principais (senão o principal) jogador do time no vice-brasileiro do ano passado. Esse ano, mesmo sem jogar nada (se forçar forçando muito, dá pra tirar uma ou outra atuação contra os pequenos do Paulistinha), foi bancado pelo Muricy. Apesar das cutucadas, sempre em campo. E não se ouviu uma palavra do 'craque' sobre a confiança do treinador. Pelo contrário: lembram quando o Muricy cobrou o camisa 10 contra o Palmeiras e o cara respondeu?
São pequenos casos assim que mostram como o Muricy já tinha problemas em lidar com o elenco. Claro, muitas vezes a culpa era dele. Como no caso do Maicon: ninguém mais aguentava aquele puto jogando no São Paulo, mas o Muricy insistia, insistia, insistia. Insistiu tanto que pegaram no pé do cara até sair. Em outras, ele não tem nada a ver com isso: é claramente um coitado no meio do caos político que vive o São Paulo atualmente.
Meu ponto é que, o Muricy, apesar da história que tem conosco e de a culpa principal não ser dele, não ia conseguir reerguer o time. Não é que precisamos de um treinador novo, mas de uma atitude nova. A apatia estava visível no Morumbi, e precisamos acabar com ela.
A saúde
E claro que não podemos ser cegos e achar que Muricy saiu só por conta dos resultados fracos. Mesmo sem jogar bem em partidas grandes, tenho certeza que ele seria mantido se o problema fosse só esse. O caso é que, desde o ano passado, a gente sabe que ele não tá bem de saúde. Mantê-lo no cargo, com esse stress diário e muitas críticas em volta, ia piorar pro cara.
A situação se agravou esse ano, quando chegou até ser internado e disse que, no fim deste ano, daria um tempo do futebol para descansar. Ficou bem claro que ele não tá bem psicologicamente nem fisicamente. Manter o cara nessas condições, treinando Denílson, Toloi e afins, é maldade pura.
Fonte: ESPN
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